quarta-feira, 3 de março de 2010

ESCOLA … ESSE ATERRO DE FILHOS!!!

Ora viva malta!

Quando me encontro sozinho no quarto, a minha cabeça não pára de funcionar e tento de alguma forma fazer uma retrospectiva do meu dia de trabalho e uma previsão dos seguintes que o seguirão.

Bem sei que ao longo dos meus 4 anos de curso fui, aqui e ali, sendo alertado para os comportamentos das crianças, para o modo como devemos agir e reagir, para as atitudes pedagógicas que devemos adoptar perante comportamentos desviantes dos alunos, bla bla bla bla.

Tudo isto é bonito quando temos turmas com alunos exemplares, quando a planificação não sofre alterações, quando todos os objectivos são atingidos sem dificuldade pelos formandos, quando pontos como a assiduidade, comportamento, aproveitamento são algo que não promovem escritos para casa, reuniões disciplinares, negativas e reprovações.

Bem sei que os problemas inerentes ao ensino têm que obrigatoriamente fazer parte dos serviços de todos os formadores, no entanto nos dias que correm um formador acumula, por muitos e variados motivos, funções (promoção de valores éticos) que deveriam ser partilhadas com os progenitores dos alunos.

Se tivermos em conta o tempo que os alunos (e irremediavelmente os professores!!!) dispensam à escola, poderei dizer que a escola actual é uma segunda casa e porque não dizer… a sua primeira casa.

Fazer crianças não terá grande ciência e dificuldade, criá-los, educá-los e promover-lhes um bom desenvolvimento bio-psico-social-motor de forma a enfrentar a sociedade coerentemente é que não me parece que esteja ao alcance de todos os Paizinhos … pena é que muitos deles já tenham passado "a fase mais acessível" e agora que “a porca torce o rabo” utilizem a escola como aterro para os filhos enquanto vivem e revivem a sua vida profissional.

De certa forma o que ocorre nos dias de hoje é o facto de ambos os progenitores trabalharem o dia inteiro, e entenderem que é melhor deixar as crianças na escola do que sozinhas em casa ou sem controlo na rua, porque a escola ainda é um território com relativa segurança. Neste sentido surge a dificuldade de muitos pais em assegurarem um transporte dos filhos a horas convenientes, com o trânsito caótico e o patrão a pressionar para que não saiam cedo, optando por trabalhar um pouco mais e ir buscar os filhos mais tarde.

Com este ritmo de vida, e com as crianças em casa, os pais chegam exaustos, desejosos que os filhos se deitem depressa, ou pelo menos com esperança de que as diversas “amas electrónicas” os mantenham em sossego durante muito tempo.

Neste contexto a criança não consolida laços afectivos profundos com os progenitores (por falta de disponibilidade destes), afectando um conjunto de identificações com figuras de referência condicionando o desenvolvimento da sua personalidade.

Perante tudo isso e em vez de insistirem para que os professores os substituam na formação, educação e no papel de família ao longo de 8, 10, 12 horas diárias, penso que deveriam repensar as suas vidas profissionais para que pudessem ter mais tempo disponível e com a “alegria de um pai” poderem acompanhar mais de perto as várias fases (são muitas e giras) da vida dos seus filhos.

Como me disse alguém:

“Pai é quem cria e educa!!!”

E assim me vou…


JL :B

2 comentários:

Nelson Diabinho disse...

Só quem faz da escola o seu dia a dia sabe o dificil que vai sendo leccionar. Boa reflexão caro amigo!

Tiago Landeiro disse...

Meus caros amigos!!! Como diz um grande pedagogo Brasileiro!! O que faz falta é a "PEDAGOGIA DA CINTA"!

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